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Ao iniciar 2025, receberemos o artista plástico bairradino Carlos DoAmaral.

Carlos Amaral nasceu em Angola, no Huambo, em 1960. Autodidata, formou-se em publicidade, no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde lecionou depois desenho publicitário e dirigiu o Departamento de Artes. Em 1992 vem para Portugal e trabalha como criativo, ilustrador e artista plástico. Em termos artísticos, os seus trabalhos começaram por ser muito realistas, mas a sua figuração foi fugindo para um cubismo estilizado, influenciado pelos ares tropicais originais de África e do Brasil, remisturado com a sua Pop Art vibrante, um surrealismo cheio de sentido de humor ou a força do seu subconsciente, a originar paisagens ou imagens oníricas. Carlos do Amaral, sócio da AAPB – Associação dos Artistas Plásticos da Bairrada, é ainda um muralista bem representado em vários pontos do distrito de Aveiro, em

particular no concelho de Anadia. A sua obra tem uma identidade muito própria, que reflete as várias luzes que iluminaram e iluminam a sua vida.

A conversa sobre a obra e o processo criativo do Do Amaral partirá da visualização de duas obras clássicas do cinema: A Viagem à Lua e Um Cão Andaluz. Com a primeira curta, Méliès propõem-nos uma “viagem através do impossível”, por meio de uma muito livre adaptação de “Da Terra à Lua”, de Júlio Verne. “Voyage dans la Lune” foi talvez o primeiro filme de ficção científica a ter sido realizado, sendo quase um “teatro enlatado”, com transposições ainda mais perfeitas dos truques de prestidigitação, usuais nos palcos de teatro da altura. Já no segundo filme, “Un Chien Andalou”, evoca-se uma lógica de sonho como força narrativa, não

fosse esta curta surrealista, estreada em 1929, realizada por Luis Buñuel e co-escrita por Salvador Dalí.

A Viagem à Lua (Le Voyage dans la Lune) (de Georges Méliès, FR, 1902,15’35”)

Uma das primeiras experiências de ficção científica com recurso a técnicas inovadoras para a época, como a sobreposição, a fusão e a exposição múltipla de imagens. Inspirado em livros de Júlio Verne e de H. G. Wells, o filme conta a história de um pequeno grupo de cientistas que desembarca na lua.

Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou) (de Luis Buñuel, 1929, FR, 21’27”)

Um homem afia uma lâmina de barbear, antes de com ela cortar o olho de uma mulher jovem e impassível. Um ciclista cai. Uma mulher e um homem observam um andrógino e uma mão cortada, e depois acariciam-se. Passado um ano, chega outro homem que ordena ao primeiro que saia da cama. Tudo acaba numa praia onde a mulher encontra um terceiro homem.

Evocando uma lógica de sonho como força narrativa, “Um Cão Andaluz” é uma curta surrealista estreada em 1929, realizada por Luis Buñuel eco-escrita por Salvador Dalí. Ao escreverem o guião

rejeitaram deliberadamente qualquer coisa que fosse racional. São vinte minutos de imagens bizarras e

surreais que poderão, ou não, significar alguma coisa.

As 4as .com Artes é uma ação do projeto “Escola .com Artes” um projeto integrado e articulado entre o

Agrupamento de Escolas de Anadia, o Club de Ancas/CineClub Bairrada e A Associação de Artistas Plásticos da

Bairrada, no âmbito da implementação do programa Plano Nacional das Artes e Plano Nacional de Cinema.

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